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Resumo explicativo dos capítulos 14, 15 e 16 de 2º Reis

Os capítulos 14, 15 e 16 de 2º Reis são fundamentais para compreendermos a decadência espiritual e política de Israel e Judá.

Essas passagens descrevem uma sucessão de reis que, em sua maioria, não seguiram plenamente os caminhos do Senhor.

Em meio a guerras, alianças, idolatrias e conspirações, o texto revela o juízo de Deus se aproximando tanto de Israel quanto de Judá.

As narrativas apresentam detalhes históricos e espirituais que mostram o contraste entre reis que tentaram agradar ao Senhor, mesmo que parcialmente, e outros que se entregaram totalmente à idolatria.

Também observamos o surgimento de ameaças estrangeiras, como o crescente poder do império assírio, que começa a exercer influência decisiva sobre os destinos de ambas as nações.

Neste artigo, vamos explorar de forma sistemática os eventos descritos nesses três capítulos.

Em seis tópicos, abordaremos os principais reis de Judá e Israel, suas atitudes diante de Deus, as implicações políticas de suas decisões, e o avanço do juízo divino sobre o povo hebreu.

O reinado de Amazias, rei de Judá (2º Reis 14)

Amazias, filho de Joás, subiu ao trono de Judá com vinte e cinco anos e reinou por vinte e nove.

Segundo o livro de 2º Reis 14:3, ele “fez o que era reto perante o SENHOR, ainda que não como Davi, seu pai”.

Embora tenha obedecido à Lei de Moisés ao não matar os filhos dos assassinos de seu pai, falhou ao não remover os altos onde o povo continuava a praticar cultos idólatras.

A campanha militar contra Edom foi um dos pontos altos de seu reinado. Amazias venceu os edomitas e tomou a cidade de Sela (atual Petra), renomeando-a para Jocteel (v. 7).

Contudo, sua vaidade cresceu, levando-o a desafiar Jeoás, rei de Israel. Este respondeu com uma parabólica advertência, comparando Judá a um cardo insignificante diante do cedro de Israel (v. 9).

Ignorando o conselho, Amazias enfrentou Israel e sofreu uma derrota humilhante. Jerusalém teve parte de seus muros destruídos e os tesouros do templo foram saqueados (v. 13-14).

Por fim, ele foi alvo de conspiração e morto em Laquis (v. 19). Seu reinado exemplifica um começo promissor, ofuscado por orgulho e escolhas impensadas.

Jeroboão II e a prosperidade sem fidelidade (2º Reis 14:23-29)

Jeroboão II, filho de Jeoás, reinou sobre Israel por quarenta e um anos. Embora tenha alcançado grandes conquistas territoriais, como a restauração dos limites de Israel desde Hamate até o mar da planície (v. 25).

 Ele “fez o que era mau perante o SENHOR” (v. 24), seguindo os pecados de Jeroboão I, que introduzira a idolatria com os bezerros de ouro.

Sob sua liderança, Israel experimentou uma era de relativa estabilidade e prosperidade. Contudo, a aparente segurança mascarava uma crise espiritual profunda.

Profetas como Amós e Oséias denunciaram vigorosamente a hipocrisia religiosa e a injustiça social que dominavam o reino.

A graça de Deus é evidenciada no versículo 27, que afirma: “O SENHOR não falou ainda em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém, os livrou por intermédio de Jeroboão”.

Mesmo diante da corrupção, Deus teve compaixão de Israel. No entanto, a paciência divina tinha limite, como seria demonstrado nas décadas seguintes.

Azarias (Uzias) e a Prosperidade Ferida pela Arrogância (2º Reis 15:1-7)

Azarias, também conhecido como Uzias, começou a reinar em Judá aos dezesseis anos e teve um reinado de cinquenta e dois anos.

Ele “fez o que era reto perante o SENHOR” (v. 3), mas não removeu os altos, mantendo viva a prática de adoração sincrética no meio do povo.

O livro de 2ª Crônicas 26 detalha mais sobre suas realizações: fortaleceu o exército, construiu cidades e promoveu avanços na agricultura e tecnologia militar.

Entretanto, sua desobediência ao tentar exercer funções sacerdotais resultou em sua punição divina. Foi acometido por lepra e viveu isolado até sua morte.

A lepra de Uzias simboliza a corrupção interna do poder e a gravidade de se ultrapassar os limites estabelecidos por Deus.

Mesmo sendo um rei eficiente, sua arrogância o levou a um fim trágico. Seu filho, Jotão, assumiu a liderança do reino durante sua enfermidade.

O Ciclo de Golpes em Israel (2º Reis 15:8-31)

O capítulo 15 revela a instabilidade política que assolou Israel, com uma sucessão de reis que chegaram ao trono por meio de conspirações e assassinatos.

Zacarias, filho de Jeroboão II, reinou apenas seis meses antes de ser morto por Salum (v. 10). Assim, cumpriu a profecia de que a dinastia de Jeú duraria quatro gerações (v. 12).

Salum, por sua vez, reinou somente um mês antes de ser assassinado por Menaîm (v. 14).

Este impôs tributos severos sobre a população para pagar ao rei assírio Pul (Tiglate-Pileser III), buscando apoio político (v. 19-20). Sua violência ficou marcada pelo massacre cruel em Tifsa (v. 16).

Os reinados de Pecaías e Peca seguiram o mesmo padrão de idolatria e traição. Peca assassinou Pecaías e reinou por vinte anos, mas acabou sendo morto por Oséias, com apoio da Assíria (v. 30).

Essa sequência de crimes mostra a desintegração moral e política do Reino do Norte, preparando o caminho para sua queda definitiva.

Jotão de Judá e a resistência fiel (2º Reis 15:32-38)

Jotão, filho de Uzias, começou a reinar com vinte e cinco anos e teve um reinado de dezesseis anos.

Conforme o 2º Reis 15:34, “fez o que era reto perante o SENHOR”. Apesar de não ter removido os altos, foi um governante temente a Deus e promoveu obras importantes, como a construção da Porta de Cima do templo (v. 35).

Durante seu reinado, começaram as ameaças de Rezim, rei da Síria, e de Peca, rei de Israel. Isso marca o início de uma fase de pressão política e militar sobre Judá.

Ainda assim, Jotão manteve-se firme em sua fé, sendo elogiado em 2º Crônicas 27:6 por dirigir “os seus caminhos segundo a vontade do SENHOR, seu Deus”.

Ele compartilhou o governo com seu pai e, posteriormente, com seu filho Acaz, demonstrando transição tranquila de poder.

Seu reinado destaca-se como um raro exemplo de liderança fiel em meio à degradação nacional, sendo uma referência positiva em uma época conturbada.

Acaz e a apostasia de Judá (2º Reis 16)

Acaz sucedeu a Jotão e reinou por dezesseis anos em Jerusalém. Ao contrário de seu pai, “não fez o que era reto perante o SENHOR” (v. 2).

Ele seguiu os caminhos dos reis de Israel e cometeu idolatria extrema, inclusive sacrificando seu próprio filho, uma abominação reprovada pela Lei (v. 3).

Diante do cerco de Rezim e Peca, Acaz buscou auxílio na Assíria. Ele entregou tesouros do templo a Tiglate-Pileser III e submeteu-se como vassalo (v. 7-8).

Essa dependência política teve consequências espirituais desastrosas. Ao visitar Damasco, Acaz mandou construir um altar pagão em Jerusalém, desrespeitando o culto ordenado por Deus (v. 10-16).

Ele não apenas corrompeu o culto, mas desmantelou elementos do templo para agradar aos assírios (v. 17-18).

Ao final de sua vida, fechou o templo do SENHOR (2Cr 28:24) e não foi enterrado nos sepulcros reais. Seu reinado foi um marco da apostasia de Judá e um prelúdio para o juízo iminente.

Conclusão

Os capítulos 14 a 16 de 2º Reis ilustram contundentemente a decadência espiritual de Israel e Judá. Mesmo quando havia prosperidade econômica e vitórias militares, a desobediência ao Senhor gerava consequências irreversíveis.

Reis como Amazias e Azarias iniciaram bem, mas falharam ao não eliminar a idolatria do povo. Outros, como Jeroboão II e Acaz, mergulharam no pecado, conduzindo suas nações à destruição.

Apesar de toda a rebelião, vemos a mão misericordiosa de Deus agindo para preservar o Seu povo, levantando profetas e trazendo livramentos temporários.

A fidelidade divina contrasta com a infidelidade humana, e isso deve nos lembrar da importância da aliança com Deus. Quando o povo escolhe seguir seu próprio caminho, afasta-se da bênção e se aproxima do juízo.

A história de Israel e Judá é também a história da humanidade: somos tentados a confiar em alianças humanas, riquezas ou poder. Mas somente a fidelidade a Deus pode garantir um futuro abençoado.

Referências Bibliográficas

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2ª edição, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

MacDonald, William. Comentário bíblico popular. Antigo Testamento. 1ª edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

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