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Resumo explicativo dos capítulos 11, 12 e 13 de 2º Reis

Os capítulos 11, 12 e 13 de 2º Reis marcam momentos críticos nas histórias dos reinos de Judá e Israel, revelando o cumprimento de promessas divinas, a soberania de Deus sobre os eventos políticos e espirituais, bem como a atuação de líderes piedosos e impiedosos.

A narrativa inicia-se com a usurpação do trono de Judá por Atalia e avança com a ascensão do jovem Joás, passando por sua reforma no templo, culminando com os desafios enfrentados por Israel sob Jeoacaz e Jeoás, e a despedida do profeta Eliseu.

A narrativa apresenta tanto a corrupção do poder humano como a fidelidade do Senhor à Sua aliança com Davi e os patriarcas.

Joás, o herdeiro escondido, simboliza a continuidade da linhagem davídica, enquanto as reformas lideradas por Joiada destacam o papel vital da liderança espiritual.

No Reino do Norte, a decadência é atenuada por momentos de misericórdia divina, que respondem às orações e às alianças passadas.

Esses três capítulos são riquíssimos em ensinos teológicos, ilustrando a justiça divina, a importância da obediência e o impacto das decisões dos reis na vida espiritual da nação.

Cada evento narrado reforça a ideia de que Deus permanece soberano, mesmo quando os homens falham, e usa seus servos fiéis para cumprir seus propósitos.

A usurpação de Atalia e o milagre da preservação

Após a morte de seu filho Acazias, Atalia, filha de Acabe e Jezabel, assume o trono de Judá de forma violenta, exterminando todos os descendentes reais, ou assim acreditava.

Sua intenção era clara: eliminar qualquer ameaça à sua autoridade e, inadvertidamente, tentar destruir a linhagem messiânica prometida por Deus a Davi.

Entretanto, Jeoseba, tia de Joás e esposa do sacerdote Joiada, age com coragem e esconde Joás no templo durante seis anos.

Este gesto não apenas salva a vida do último descendente real, como também preserva a promessa divina.

Esse episódio demonstra que, mesmo nos momentos mais sombrios, Deus está no controle e opera silenciosamente para cumprir sua aliança.

A fidelidade de Jeoseba e Joiada ilustra o papel crucial da obediência e coragem na obra de Deus. Apesar do poder de Atalia, ela não conseguiu impedir os planos divinos. A sobrevivência de Joás é uma prova do cuidado providencial do Senhor sobre a linhagem de Davi.

A coroação de Joás e a restauração da ordem

Com Joás em segurança, o sacerdote Joiada organiza um plano para restituir o trono ao herdeiro legítimo.

No sétimo ano do reinado de Atalia, uma revolução silenciosa é iniciada dentro do templo.

Joiada forma uma aliança com os capitães da guarda e estabelece uma estratégia militar para proteger o rei durante sua apresentação ao povo.

Joás é entronizado com todos os rituais previstos: recebe a coroa e o “Livro do Testemunho”, representando tanto a autoridade real quanto a submissão à Lei do Senhor.

O povo aclama o novo rei com entusiasmo, e Atalia, ao ouvir os clamores, é surpreendida. Seu grito de “traição” revela sua ignorância quanto ao plano divino em curso.

A morte de Atalia é executada fora da Casa do SENHOR, respeitando a santidade do local.

Com a nova aliança firmada entre Deus, o rei e o povo, inicia-se uma nova fase. O povo destrói o templo de Baal e mata seu sacerdote, marcando uma reorientação espiritual em Judá.

A reforma do templo sob Joás

Joás começa a reinar com apenas sete anos e, sob a orientação de Joiada, seu reinado é inicialmente marcado por retidão e zelo pela Casa do SENHOR.

Reconhecendo a necessidade de restaurar o templo, Joás propõe um plano de financiamento baseado em ofertas voluntárias e tributos tradicionais conforme a Lei.

Contudo, até o vigésimo terceiro ano de seu reinado, as obras ainda não haviam sido iniciadas.

Joãs então reforma o sistema de arrecadação: em vez de os sacerdotes gerirem diretamente os fundos, uma caixa é colocada no templo para que os recursos sejam administrados por homens fiéis e usados exclusivamente na obra.

Essa reforma evidencia a importância da boa administração e da transparência na lida com os recursos sagrados.

Joãs, enquanto agia sob a liderança de Joiada, demonstrava zelo espiritual e prático, servindo de exemplo para líderes posteriores.

A decadência de Joás e sua trágica morte

Após a morte de Joiada, Joás se distancia da fidelidade ao Senhor. Influenciado pelos príncipes de Judá, ele abandona a adoração exclusiva ao Deus de Israel e permite a idolatria. Esse afastamento resulta em juízos divinos, como o ataque de Hazael, rei da Síria.

Na tentativa de proteger Jerusalém, Joãs entrega os tesouros do templo ao inimigo, comprometendo os bens consagrados.

Esse ato de covardia espiritual demonstra a perda de discernimento do rei sem a influência de Joiada.

Além disso, ele ordena o apedrejamento de Zacarias, filho de Joiada, um ato que sela sua condenação.

Joás é finalmente assassinado por seus próprios servos. Diferente de Joiada, que foi honrado com sepultamento entre os reis, Joás é sepultado separadamente, como um sinal de reprovação divina. Sua história é um alerta contra a infidelidade e a apostasia.

O reinado de Jeoacaz e o castigo de Deus

Jeoacaz, filho de Jeú, assume o trono de Israel e segue os pecados de Jeroboão, perpetuando o culto sincrético.

Como resultado, Deus entrega Israel à opressão dos siros, que reduzem significativamente seu exército.

Mesmo sendo um rei mau, Jeoacaz busca o SENHOR em oração. Em resposta, Deus levanta um salvador que liberta Israel temporariamente.

Apesar da intervenção divina, Israel não abandona os pecados de Jeroboão. Isso mostra a persistência do povo no erro e a paciência divina, que responde às alianças feitas com os patriarcas, mesmo diante da desobediência reiterada.

A profecia final de Eliseu e as vitórias de Jeoás

Nos últimos momentos de sua vida, Eliseu é visitado por Jeoás, rei de Israel, que lamenta a perda iminente do profeta.

Eliseu o instrui a atirar flechas como um sinal profético da vitória contra os siros. O rei atira três vezes, e por isso apenas três vitórias lhe são prometidas.

A morte de Eliseu é seguida por um milagre extraordinário: um homem é ressuscitado ao tocar seus ossos.

Este evento serve como confirmação da autoridade espiritual de Eliseu, mesmo após sua morte, e como símbolo do poder vivificante da palavra profética.

Jeoás posteriormente cumpre a profecia, derrotando Ben-Hadade três vezes e recuperando cidades perdidas.

Isso encerra o ciclo de juízo e misericórdia sobre Israel, demonstrando que a obediência parcial resulta em bênçãos limitadas.

Conclusão

Os capítulos 11 a 13 de 2º Reis oferecem uma narrativa rica e profunda sobre a fidelidade divina e a responsabilidade humana.

Desde o corajoso ato de Jeoseba até a derradeira profecia de Eliseu, cada evento é marcado pela presença soberana de Deus, que guia a história conforme Suas promessas.

Joás, um rei iniciado em retidão, mas corrompido posteriormente, contrasta com os atos fieis de Joiada e Eliseu.

A história mostra que o compromisso com Deus deve ser constante e independente da liderança humana. Quando essa fidelidade é quebrada, o juízo é certo, mas sempre temperado pela graça divina.

Por fim, é imprescindível observar como a oração e o arrependimento, mesmo em momentos tardios, são acolhidos por Deus.

Seu amor à aliança é um convite para o povo buscar continuamente a reconciliação. Assim, os ensinamentos desses capítulos continuam relevantes, inspirando liderança piedosa e fidelidade inabalável ao Senhor.

Vamos esclarecer:

1. Ben-Hadade já não teria morrido? (2 Reis 8:15)

Sim, Ben-Hadade I (contemporâneo de Acabe e Eliseu em seus primeiros anos) já havia morrido há muito tempo.

Mas o texto de 2 Reis 13:3 e 13:24-25 menciona Ben-Hadade, filho de Hazael. Isso pode causar confusão se não estivermos atentos à linhagem.

Ben-Hadade era um nome dinástico. Assim como os faraós do Egito ou os Césares de Roma, Ben-Hadade era um título ou nome comum entre os reis de Damasco (Síria). Portanto, há mais de um Ben-Hadade mencionado na Bíblia.

Hazael é o rei da Síria que oprime Israel nos dias de Jeoacaz (2Rs 13:3). Após sua morte, seu filho Ben-Hadade (chamado às vezes de Ben-Hadade III pelos historiadores) assume o trono (2Rs 13:24).

Este Ben-Hadade filho de Hazael é o inimigo que Jeoás (rei de Israel) derrota, cumprindo a profecia de Eliseu (2Rs 13:25).

O Ben-Hadade derrotado por Jeoás não é o mesmo que viveu nos dias de Acabe e Eliseu no início de seu ministério. Trata-se de seu sucessor, filho de Hazael, também chamado Ben-Hadade — provavelmente Ben-Hadade III.

2. Jeú não havia exterminado a casa de Acabe? Por que, então, Atalia ainda está viva em 2 Reis 11?”

Em 2 Reis 10, Jeú recebe a missão de eliminar a casa de Acabe, e ele a cumpre de maneira completa, exterminando todos os descendentes masculinos, inclusive os setenta filhos de Acabe (2Rs 10:1-11).

No entanto, Atalia permanece viva, e isso se deve a alguns pontos importantes de contexto:

Atalia era filha de Acabe, mas havia se casado com Jorão, rei de Judá, e, portanto, passou a viver no Reino do Sul (Judá).

Jeú foi ungido rei de Israel (o Reino do Norte) e agiu ali, conforme a ordem do profeta Eliseu e a profecia de Elias (2Rs 9:6-10). Sua missão estava centrada na casa real do Reino do Norte.

Apesar de Jeú ter sido instrumento de juízo contra a linhagem de Acabe, ele não tinha autoridade política para agir em Judá. O Reino do Sul era independente, com sua própria linhagem real descendente de Davi.

Atalia, mesmo sendo da casa de Acabe, tornou-se rainha-mãe em Judá após a morte de seu filho Acazias, e aproveitou a situação para usurpar o trono.

Referências Bibliográficas

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2ª edição, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

MacDonald, William. Comentário bíblico popular. Antigo Testamento. 1ª edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

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