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Quem são os gentios que aparecem na Bíblia? Existem gentios na atualidade?

Na tradição judaica, o conceito de “gentios” tem raízes profundas e é central para entender a distinção entre o povo escolhido por Deus e aqueles fora desse pacto específico.

Quando a Bíblia fala dos “gentios”, está aludindo a uma distinção clara entre o povo de Israel — os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó — e todos os outros povos e nações do mundo.

Essa distinção entre israelitas e gentios não era meramente geográfica ou racial. Era teológica e espiritual. Os israelitas tinham responsabilidades específicas, tradições, leis e rituais que os separavam dos povos ao seu redor.

Por outro lado, os gentios, enquanto não estavam sob a Lei mosaica, ainda estavam sob o olhar providencial de Deus e, muitas vezes, eram instrumentos em Seus planos divinos.

Definição Bíblica de Gentios

No contexto bíblico, o termo “gentio” origina-se da palavra hebraica “Goy” e da palavra grega “Ethnos”, sendo geralmente traduzidas como “nação” ou “povo”.

No Antigo Testamento, em sua maioria, quando se fala dos gentios, refere-se a todas as nações, exceto Israel, ou seja, aqueles que não faziam parte do povo escolhido por Deus.

Entretanto, é importante entender que, embora os gentios fossem frequentemente vistos como estrangeiros ou não pertencentes ao pacto de Deus com Israel, isso não os excluía do plano de Deus.

Há diversas profecias e passagens que aludem à inclusão dos gentios nos planos divinos, mostrando a universalidade da mensagem de Deus.

A palavra também aparece no Novo Testamento, especialmente nos escritos de Paulo, que era o apóstolo dos gentios. Ele empregou esse termo para se referir aos não-judeus, diferenciando-os dos judeus que seguiam a Lei Mosaica.

Gentios no Antigo Testamento

Ao longo do Antigo Testamento, os gentios desempenham vários papéis, desde inimigos de Israel até aliados. Eles são frequentemente contrastados com o povo de Israel para destacar a singularidade e a eleição de Israel por Deus.

Apesar disso, Deus mostra seu amor e misericórdia para com os gentios em várias ocasiões. Por exemplo, quando Deus chama Jonas para pregar em Nínive, uma cidade gentílica, Ele demonstra sua compaixão e vontade de perdoar aqueles que se arrependem, independentemente de sua herança ou origem.

Além disso, Deus faz alianças e promessas que incluem bênçãos aos gentios. O pacto abraâmico em Gênesis 12:3 menciona: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”.

Gentios no Novo Testamento

O Novo Testamento abre um novo capítulo na relação entre Deus e os gentios. Com a vinda de Cristo, as barreiras entre judeus e gentios são quebradas.

Efésios 2:14 menciona que Jesus “é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio”.

Paulo, em suas epístolas, fala extensivamente sobre a inclusão dos gentios no corpo de Cristo. Ele próprio foi designado como o apóstolo dos gentios e viajou extensivamente para pregar o evangelho a eles. Romanos 11 detalha como os gentios são enxertados na oliveira de Israel.

A inclusão dos gentios é ainda mais enfatizada no livro de Atos, especialmente no Concílio de Jerusalém (Atos 15), onde a igreja primitiva debateu e decidiu que os gentios convertidos não precisavam seguir todas as práticas judaicas tradicionais.

O Propósito Divino para os Gentios

Desde o início, o propósito de Deus para os gentios foi integrá-los ao Seu plano redentor. Isso é evidenciado pelas promessas feitas a Abraão e pela missão de profetas como Jonas.

No Novo Testamento, essa integração é realizada por meio da obra redentora de Cristo. Gálatas 3:28 proclama: “Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”.

A visão de Pedro de um lençol com animais (Atos 10) e a subsequente conversão do gentio Cornélio reiteram que a salvação é para todos, independentemente de sua origem ou tradição.

A Importância dos Gentios na Igreja Primitiva

A igreja primitiva enfrentou desafios ao integrar judeus e gentios, como evidenciado pelo Concílio de Jerusalém. Contudo, a inclusão dos gentios foi crucial para a expansão do evangelho no mundo antigo.

Paulo, em suas viagens missionárias, estabeleceu igrejas em cidades gentílicas, levando o evangelho a regiões que anteriormente não tinham conhecimento do Deus de Israel.

O papel dos gentios na igreja primitiva não pode ser subestimado, pois eles formaram a base para a expansão global do cristianismo, que continua até hoje.

Na atualidade, existe distinção entre gentio e judeu?

No contexto religioso e teológico, a distinção entre judeus e gentios foi, em grande medida, nivelada pela obra salvadora de Cristo.

O apóstolo Paulo destaca em várias de suas cartas que em Jesus, as barreiras que uma vez separaram judeus de gentios foram derrubadas.

Contudo, na prática, cultural e social, ainda existem distinções. Judeus, seja por linhagem étnica ou por prática religiosa, ainda mantêm tradições, festas e observâncias que os diferenciam culturalmente de gentios.

No entanto, à medida que o cristianismo se espalhou e evoluiu, a distinção entre judeu e gentio tornou-se menos enfatizada, especialmente à luz da mensagem central de Jesus Cristo e dos escritos apostólicos.

Conclusão

Em suma, hoje, em nossa sociedade globalizada, a terminologia “gentio” perdeu boa parte de sua relevância direta. Enquanto o termo pode ainda ser usado em estudos teológicos ou contextos específicos para se referir a não-judeus, a distinção rígida que ele implicava na antiguidade já não se aplica mais.

Em um nível espiritual, a mensagem cristã ressoa com a ideia de que todos são iguais aos olhos de Deus. Se a mensagem de Jesus Cristo é universal e destinada a todos, então todos nós, independentemente de nossa origem, somos convidados a participar do reino divino.

Assim, enquanto “gentio” é uma palavra carregada de significado histórico e bíblico, sua aplicação prática na sociedade atual é mais simbólica, servindo como um lembrete da expansão da graça divina a todos os cantos do mundo e a todas as pessoas, independentemente de sua origem.

Referências Bibliográficas

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2ª edição, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

BARCLAY, William. Novo Testamento: Explicado Versículo por Versículo. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2009.

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