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O que foi o Concílio de Jerusalém?

O Concílio de Jerusalém, um marco na história do cristianismo primitivo, foi uma reunião decisiva que ocorreu por volta do ano 50 d.C., envolvendo líderes da Igreja Apostólica.

A importância deste evento reside na sua contribuição para a definição da identidade e da teologia da Igreja nascente, estabelecendo um precedente para futuros concílios na história cristã.

O concílio ocorreu em um contexto de crescente diversidade na comunidade cristã, onde questões doutrinárias e práticas precisavam ser abordadas para promover a unidade e a clareza na fé.

O encontro em Jerusalém foi fundamental para esclarecer o relacionamento entre a fé judaica e o crescente movimento cristão, marcando uma transição significativa na expansão do cristianismo além das fronteiras judaicas.

Ao analisar o Concílio de Jerusalém, é essencial considerar o contexto histórico, os principais participantes, as questões em discussão e as implicações das decisões tomadas.

Qual significado da palavra concílio?

Um concílio, em termos gerais, refere-se a uma reunião formal de líderes e representantes para deliberar sobre questões relacionada a determinado grupo.

O termo “concílio” deriva do latim “concilium”, que significa “assembleia” ou “reunião”.

Essas reuniões são fundamentais para o desenvolvimento e esclarecimento de terminado tema ou assunto, por oferecerem um fórum para o debate e a tomada de decisões coletivas.

Concílios são, portanto, momentos cruciais, onde questões fundamentais são abordadas e resolvidas visando o crescimento e desenvolvimento do grupo.

O que é um concílio da igreja?

Um concílio da Igreja é uma assembleia solene de líderes cristãos, geralmente bispos, convocada para discutir e decidir sobre questões de fé, doutrina, disciplina eclesiástica e direção moral.

Estas reuniões são convocadas para garantir a unidade da Igreja diante de desafios internos e externos, sejam eles heresias, práticas controversas ou necessidades de reforma.

Os concílios são considerados expressões decisórias da mente coletiva da Igreja e podem estabelecer diretrizes que moldam a teologia, a liturgia e a vida comunitária dos cristãos.

As decisões tomadas em um concílio são vinculativas para a comunidade cristã e muitas vezes são recebidas como expressões do ensino do Espírito Santo à Igreja.

A realização de um concílio reflete a estrutura hierárquica e a organização da Igreja, reconhecendo a necessidade de liderança coletiva e consenso na tomada de decisões fundamentais que afetam a vida e a doutrina cristãs.

Por que ocorreu o Concílio de Jerusalém?

O Concílio de Jerusalém ocorreu devido a crescentes debates sobre se os gentios convertidos ao cristianismo deveriam aderir às leis judaicas, especialmente à circuncisão, como parte de sua fé em Jesus Cristo.

A questão surgiu à medida que o cristianismo se expandia entre os gentios, criando tensões entre os crentes de origem judaica e os novos convertidos gentios.

A igreja em Antioquia, particularmente, enfrentou esse dilema, levando Paulo e Barnabé a debaterem com outros líderes judeus cristãos que defendiam a observância da Lei Mosaica pelos convertidos gentios.

Isso levou à convocação do Concílio em Jerusalém para resolver oficialmente a questão e determinar o curso do cristianismo primitivo.

O concílio visava, portanto, estabelecer uma doutrina unificada que guiaria a missão da Igreja entre os gentios, mantendo a integridade da mensagem do Evangelho e facilitando a inclusão de novos crentes de diferentes contextos culturais e religiosos.

Quem discursou neste concílio?

No Concílio de Jerusalém, várias figuras-chave proferiram discursos decisivos, incluindo Pedro, Paulo e Tiago.

Pedro relembrou sua experiência com o centurião Cornélio, enfatizando que Deus havia aceitado os gentios sem a necessidade de circuncisão ou aderência à Lei Judaica (Atos 15:7-11).

Sua fala destacou a fé em Jesus Cristo como a base da salvação para todos, independentemente da herança cultural ou religiosa.

Paulo e Barnabé compartilharam sobre os milagres e conversões entre os gentios, reforçando o argumento de que a graça de Deus estava operando independentemente das tradições judaicas (Atos 15:12).

Suas contribuições sublinharam o trabalho do Espírito Santo na expansão do Evangelho além das fronteiras judaicas.

Tiago, líder da igreja em Jerusalém, corroborou os pontos de Pedro, propondo um caminho que respeitasse as sensibilidades judaicas enquanto acolhia os gentios na comunidade cristã (Atos 15:13-21).

Seu discurso ajudou a moldar a decisão final do concílio, equilibrando a tradição judaica com a missão receptiva do cristianismo.

Elementos de discussão e os resultados do Concílio de Jerusalém

As discussões no Concílio de Jerusalém giraram em torno da relação entre a Lei Mosaica e a fé em Cristo, especialmente no que diz respeito à circuncisão e à observância de leis alimentares.

A questão central era determinar o que seria exigido dos convertidos gentios para serem considerados parte da comunidade cristã.

Como resultado do concílio, foi decidido que os gentios não precisariam ser circuncidados ou seguir estritamente a Lei Mosaica para serem salvos.

No entanto, algumas práticas foram recomendadas para promover a unidade entre judeus e gentios cristãos, como se abster de alimentos sacrificados a ídolos, de sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual (Atos 15:28-29).

Essas decisões representaram um marco significativo, afirmando que a salvação vem através da graça de Jesus Cristo e não pela observância da Lei Judaica, facilitando a integração de gentios na Igreja e estabelecendo um precedente para a diversidade cultural no cristianismo.

A importância do Concílio de Jerusalém para os gentios

O Concílio de Jerusalém teve uma importância monumental para os gentios, ao definir que a salvação era acessível a todos por meio da fé em Jesus Cristo, independentemente da adesão às práticas judaicas.

Esta decisão abriu caminho para uma expansão significativa do cristianismo no mundo gentio, estabelecendo a fé como uma religião universal, não confinada às tradições judaicas.

Para os gentios, o concílio representou uma aceitação formal e a afirmação de que eles eram co-herdeiros das promessas de Deus, integrados plenamente na comunidade dos crentes sem a necessidade de submeter-se aos rituais e leis judaicas.

Isso não apenas facilitou a inclusão dos gentios, mas também ajudou a moldar a identidade da Igreja como uma entidade receptiva e abrangente.

O impacto do Concílio de Jerusalém reverberou através das gerações, estabelecendo um precedente para a inclusão, a diversidade e a unidade na Igreja, e reafirmando o núcleo do Evangelho de que “em Cristo Jesus, vocês todos são filhos de Deus pela fé” (Gálatas 3:26).

Posicionamentos teológicos sobre Concílio de Jerusalém

Teólogos e estudiosos bíblicos, ao longo dos anos, examinam o concílio de várias perspectivas, enfatizando seu papel crucial na formação da identidade na história da Igreja.

O professor e erudito da Bíblia Frederick Fyvie Bruce (2009, p. 180) afirma que “o Concílio de Jerusalém foi um evento crucial na história da igreja primitiva”.

Já o teólogo Donald Arthur Carson (2007, p. 200) argumenta que “o Concílio de Jerusalém foi um marco na resolução da questão da gentilidade na igreja”.

Por fim, o especialista em Novo Testamento N.T. Wright (2011, p. 240) apresenta uma visão do Concílio de Jerusalém como um exemplo da capacidade da igreja de lidar com divergências e chegar a um consenso.

Conclusão

O Concílio de Jerusalém foi um evento crucial na história da Igreja primitiva, marcando um ponto de virada na expansão do cristianismo e na formulação de sua doutrina.

Ao abordar questões fundamentais sobre a Lei Mosaica e a inclusão dos gentios, o concílio ajudou a definir o caráter universal da mensagem cristã e a estabelecer diretrizes para a convivência harmoniosa entre diferentes grupos na Igreja.

As decisões tomadas nesse concílio ressoaram através dos séculos, influenciando o desenvolvimento teológico, a prática eclesiástica e a missão da Igreja no mundo.

A importância do Concílio de Jerusalém reside na sua afirmação da graça como a base da salvação e na sua contribuição para a formação de uma comunidade cristã diversificada e unificada.

Compreender o Concílio de Jerusalém é, portanto, fundamental para apreciar a trajetória histórica e teológica do cristianismo, reconhecendo como os primeiros líderes cristãos navegaram por questões complexas para preservar a essência do Evangelho e promover a unidade e a expansão da fé cristã.

Referências Bibliográficas

BRUCE, F. F. Comentário ao Novo Testamento: Atos dos Apóstolos. São Paulo: Editora Vida Nova, 2009.

CARSON, D. A. O Novo Testamento Comentado: Atos dos Apóstolos. São Paulo: Editora Vida Nova, 2007.

WRIGHT, N. T. Paulo e o Apóstolo: O Legado de Paulo para a Igreja. São Paulo: Editora Vida Nova, 2011.

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