A atuação dos seres angelicais na época de Jesus Cristo é um aspecto fascinante e profundamente significativo da narrativa bíblica.
Os anjos, como mensageiros divinos, desempenharam papéis cruciais nos momentos mais importantes da vida de Jesus, desde o anúncio de Seu nascimento até Sua ascensão ao céu.
Esses eventos não só sublinham a importância de Jesus na história da salvação, mas também demonstram a constante intervenção divina em momentos críticos.
A presença dos anjos na vida de Jesus é um testemunho do poder e da autoridade de Deus, bem como da reverência com que esses seres celestiais tratavam o Filho de Deus.
Estudar a atuação dos anjos na vida de Jesus nos proporciona uma compreensão mais profunda do papel desses seres espirituais no plano divino.
Além disso, nos ajuda a apreciar melhor a narrativa bíblica e a reconhecer a grandiosidade dos eventos que cercaram a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Exploraremos como os anjos intervieram em momentos específicos da vida de Jesus, destacando a importância de cada intervenção.
Anunciou Seu nascimento
O anúncio do nascimento de Jesus foi um dos momentos mais significativos da intervenção angelical.
O anjo Gabriel foi enviado por Deus à cidade de Nazaré, para falar com Maria, uma jovem virgem prometida em casamento a José.
Gabriel saudou Maria com palavras de grande encorajamento, afirmando que ela havia encontrado favor diante de Deus. Este evento, registrado em Lucas 1:26-33, marca o início da revelação do plano divino para a salvação da humanidade.
Gabriel falou a Maria que ela conceberia um filho, a quem ela deveria dar o nome de Jesus. Este filho seria grande e chamado Filho do Altíssimo.
O anjo explicou que o Senhor Deus daria a Jesus o trono de seu pai Davi, e que Ele reinaria sobre a casa de Jacó para sempre, e Seu reino não teria fim.
Este anúncio foi um momento de grande importância por confirmar o cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento.
A resposta de Maria, de aceitação e submissão à vontade de Deus, é também significativa. Ela se identificou como serva do Senhor e se dispôs a aceitar o papel que lhe foi designado no plano divino.
A visita de Gabriel e a mensagem que ele trouxe não só transformaram a vida de Maria, mas também prepararam o caminho para o evento mais importante na história da humanidade – o nascimento do Salvador.
Informou Seu nascimento
Os anjos também desempenharam um papel crucial ao informar o nascimento de Jesus aos pastores próximo de Belém.
Na noite do nascimento de Jesus, um anjo do Senhor apareceu a pastores que estavam no campo, guardando seus rebanhos durante a noite.
A glória do Senhor brilhou ao redor deles, e o anjo trouxe a notícia de grande alegria: o Salvador, que é Cristo, o Senhor, havia nascido na cidade de Davi. Esta narrativa é encontrada em Lucas 2:8-12.
Logo após o anúncio do anjo, uma multidão do exército celestial apareceu, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem” (Lucas 2:13-14).
Esta gloriosa exibição de louvor celestial sublinhou a importância do evento que acabara de ocorrer. Os pastores, impressionados e maravilhados, decidiram ir imediatamente à Belém para ver o que havia acontecido.
Assim, a intervenção angelical não só trouxe conhecimento do nascimento de Jesus, mas também iniciou a proclamação da boa nova de Seu nascimento.
Protegeu-O quando era bebê
Quando os magos do Oriente vieram adorar Jesus e trouxeram presentes, eles inadvertidamente chamaram a atenção do rei Herodes, que via o recém-nascido “Rei dos judeus” como uma ameaça ao seu trono.
Após a visita dos magos, um anjo do Senhor apareceu a José em um sonho, alertando-o sobre o perigo iminente. Este evento está registrado em Mateus 2:13.
O anjo instruiu José a tomar o menino e sua mãe e fugir para o Egito, pois Herodes estava procurando o menino para matá-lo.
José obedeceu prontamente, levantando-se durante a noite e partindo para o Egito com Maria e o menino Jesus.
Esta intervenção angelical salvou a vida de Jesus, permitindo que Ele crescesse e cumprisse Sua missão redentora.
A fuga para o Egito também cumpriu a profecia do Antigo Testamento: “Do Egito chamei o meu filho” (Oseias 11:1).
A intervenção do anjo não só protegeu Jesus, mas também garantiu que os planos divinos continuassem a se desenrolar conforme as Escrituras.
Após a morte de Herodes, um anjo apareceu novamente a José, instruindo-o a retornar à terra de Israel, garantindo assim a segurança contínua da família sagrada.
Serviu alimentos no deserto
Após o batismo de Jesus, Ele foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo.
Este período de jejum e tentação durou quarenta dias e quarenta noites, e ao final desse tempo, Jesus estava fisicamente exausto e com fome.
A tentação de Jesus no deserto é um evento significativo, ao demonstrar Sua resistência ao pecado e Sua fidelidade a Deus. Este evento é descrito em Mateus 4:1-11.
Após resistir às tentações do diabo, que tentou Jesus a transformar pedras em pão, a pular do pináculo do templo e a adorar Satanás em troca de todos os reinos do mundo, Jesus foi servido por anjos.
Mateus 4:11 relata que, após a partida do diabo, anjos vieram e O serviram. Esta intervenção angelical forneceu a Jesus o sustento necessário após um período de intensa provação.
O serviço dos anjos a Jesus após a tentação no deserto simboliza o apoio divino contínuo durante Seu ministério na terra.
Esse momento de assistência angelical reforça a natureza divina de Jesus e o reconhecimento celestial de Sua missão.
Além disso, mostra que, apesar das provações e tentações, a vitória de Jesus sobre o pecado foi reconhecida e celebrada nos céus.
Preparados para defendê-lo
Durante a prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani, Ele fez uma declaração reveladora sobre a disponibilidade dos anjos para defendê-Lo, se Ele desejasse.
Quando Pedro, em um ato impulsivo de defesa, cortou a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, Jesus o repreendeu e curou o ferimento de Malco.
Em seguida, Jesus disse a Pedro que poderia pedir ao Pai e Ele colocaria à sua disposição mais de doze legiões de anjos (Mateus 26:53). Esta declaração de Jesus demonstra Sua total submissão ao plano divino de redenção.
Embora tivesse o poder e a autoridade para convocar uma vasta força celestial para Sua defesa, Jesus escolheu cumprir a vontade do Pai, que incluía Sua prisão, sofrimento e crucificação.
A menção de legiões de anjos prontas para defender Jesus também revela a extensão do poder celestial disponível para proteger o Filho de Deus.
No entanto, a decisão de Jesus de não usar essa força angelical destaca Sua determinação em seguir o caminho da cruz.
Este episódio reforça a compreensão de que a missão de Jesus era, acima de tudo, cumprir as Escrituras e realizar a obra redentora planejada por Deus.
Abriu o túmulo e nunciou Sua ressurreição
A ressurreição de Jesus é o evento central do cristianismo, e a intervenção angelical desempenhou um papel crucial na revelação desse milagre. Na manhã do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
Houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra da entrada do sepulcro e sentou-se sobre ela. Seu aspecto era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve (Mateus 28:2-3).
Os guardas que estavam vigiando o túmulo ficaram tão apavorados que tremeram e ficaram como mortos.
O anjo tranquilizou as mulheres, dizendo-lhes que não tivessem medo, pois sabia que elas estavam procurando Jesus, que fora crucificado.
Ele então anunciou a ressurreição de Jesus, declarando: “Ele não está aqui; ressuscitou, como havia dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mateus 28:6).
O anúncio da ressurreição por um anjo do Senhor não só confirmou a vitória de Jesus sobre a morte, mas também cumpriu Suas próprias predições sobre Sua ressurreição.
A intervenção angelical foi um testemunho celestial da realização do plano de salvação de Deus.
As mulheres receberam a missão de contar aos discípulos sobre a ressurreição, tornando-se as primeiras mensageiras da notícia mais importante da história cristã.
Estava na ascensão de Cristo
A ascensão de Jesus ao céu foi acompanhada por seres angelicais, que novamente desempenharam um papel significativo ao comunicar a próxima fase do plano divino.
Após Sua ressurreição, Jesus apareceu aos Seus discípulos por um período de quarenta dias, falando-lhes sobre o Reino de Deus.
No final desse período, Jesus levou Seus discípulos ao Monte das Oliveiras, onde foi elevado ao céu enquanto eles observavam. Este evento é descrito em Atos 1:9-11.
Enquanto os discípulos olhavam fixamente para o céu, enquanto Jesus subia, dois homens vestidos de branco apareceram ao lado deles.
Esses homens, identificados como anjos, perguntaram aos discípulos por que estavam olhando para o céu.
Eles então lhes disseram que esse Jesus, que foi levado deles para o céu, viria da mesma forma como O viram ir (Atos 1:10-11).
A presença dos anjos na ascensão de Jesus serviu para confirmar a veracidade e a importância do evento.
Eles não só tranquilizaram os discípulos, mas também anunciaram a futura volta de Jesus, proporcionando esperança e orientação para a comunidade cristã nascente.
A ascensão e a promessa do retorno de Jesus são elementos centrais da fé cristã, e a intervenção angelical reafirma a conexão contínua entre o céu e a terra.
Conclusão
A atuação dos seres angelicais na vida de Jesus Cristo revela a profundidade e a complexidade do plano divino para a salvação da humanidade.
Desde o anúncio do Seu nascimento até Sua ascensão, os anjos desempenharam papéis importantes que sublinham a natureza divina de Jesus e a importância de Sua missão.
Essas intervenções angelicais não só protegeram e serviram a Jesus, mas também comunicaram mensagens vitais aos Seus seguidores, fortalecendo sua fé e compreensão dos eventos.
Cada aparição angelical na vida de Jesus foi um testemunho da intervenção contínua de Deus na história humana.
Esses momentos demonstram a reverência e a obediência dos anjos ao plano divino, além de sublinharem a importância de Jesus como o Filho de Deus.
A proteção e o serviço dos anjos a Jesus reforçam a ideia de que Sua missão estava sob a constante supervisão e apoio celestial.
Estudar esses eventos nos proporciona uma compreensão mais profunda da narrativa bíblica e nos ajuda a apreciar a grandiosidade do plano de salvação de Deus.
A presença dos anjos na vida de Jesus não só destaca a importância de cada momento de Sua vida, mas também nos inspira a confiar na providência divina e a reconhecer a contínua intervenção de Deus em nossas próprias vidas.
Referências Bibliográficas
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