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Resumo explicativo dos capítulos 35, 36 e 37 de Isaías

Os capítulos 35, 36 e 37 do livro de Isaías formam um conjunto riquíssimo em conteúdo teológico, histórico e profético.

No capítulo 35, encontramos uma visão gloriosa do futuro reino messiânico, onde a redenção trará transformações maravilhosas para a criação e para o povo de Deus.

É um contraste direto com os juízos dos capítulos anteriores, revelando a esperança restauradora que Deus oferece aos seus remidos.

Já nos capítulos 36 e 37, o cenário muda para um contexto histórico e político. Isaías registra a ameaça assíria contra Jerusalém e o papel de Ezequias, rei de Judá, diante dessa crise.

Aqui, a narrativa revela como a fé, a oração e a palavra profética se entrelaçam para trazer livramento sobrenatural ao povo de Deus.

O estudo desses capítulos nos ensina profundas lições sobre a esperança em tempos de adversidade, a importância de confiar no Senhor diante das ameaças humanas, e como a soberania divina se manifesta na história. A seguir, exploraremos cada capítulo em seis tópicos detalhados.

A promessa de redenção e renovação (Isaías 35)

Isaías 35 é um capítulo poético e profético que descreve a redenção final do povo de Deus.

Em contraste com os juízos anteriores (Isaías 34), vemos uma paisagem desértica sendo transformada em um jardim florido.

“O deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso” (Is 35:1).

Essa visão aponta tanto para o retorno dos exilados a Sião quanto para a redenção escatológica na plenitude do Reino de Deus.

No versículo 4, Deus encoraja os desanimados: “Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus; a vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem e vos salvará.”

Aqui vemos um aspecto importante da teologia de Isaías: a salvação é iniciativa divina.

A própria presença de Deus trará cura, alegria e transformação para o seu povo.

Os olhos dos cegos se abrirão, os surdos ouvirão e os coxos saltarão de alegria (Is 35:5-6).

Essa promessa culmina no “Caminho Santo” (Is 35:8), um caminho de santidade exclusivo para os redimidos. Nada imundo ou perigoso passará por ele.

A conclusão do capítulo é triunfante: “Os resgatados do SENHOR voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça” (Is 35:10). O povo de Deus caminhará em paz, com alegria e sem mais tristeza.

A ameaça Assíria contra Judá (Isaías 36:1-12)

O capítulo 36 inicia uma seção histórica em Isaías, narrando a invasão de Senaqueribe, rei da Assíria, ao território de Judá.

No décimo quarto ano do reinado de Ezequias, Senaqueribe captura várias cidades fortificadas de Judá (Is 36:1). A ameaça é real e iminente.

Para tentar subjugar Jerusalém sem batalha, Senaqueribe envia seu comandante Rabsaquê com um discurso arrogante.

Rabsaquê desafia diretamente a confiança de Ezequias em Deus e ridiculariza a aliança com o Egito, chamando-o de “bordão de cana esmagada” (Is 36:6).

Ele questiona a legitimidade da fé no SENHOR, interpretando erroneamente as reformas religiosas de Ezequias como um ataque ao culto divino (Is 36:7). Aqui percebemos como a ignorância espiritual pode gerar falsas interpretações.

O comandante assírio fala em hebraico para amedrontar o povo de Jerusalém. Eliaquim, Sebna e Joá, representantes de Ezequias, pedem que fale em aramaico, mas Rabsaquê recusa.

Seu objetivo é claramente minar a moral do povo, propondo rendição como um caminho mais “seguro”. A estratégia psicológica da Assíria era tanto militar quanto verbal.

A zombaria contra o SENHOR (Isaías 36:13-22)

Nos versículos seguintes, Rabsaquê aumenta sua arrogância e ousadia ao clamar em voz alta diante dos muros de Jerusalém.

Ele declara: “Não vos engane Ezequias, dizendo: O SENHOR certamente nos livrará” (Is 36:15). A afronta não é apenas contra o rei de Judá, mas contra o próprio Deus de Israel.

Ele compara o SENHOR aos deuses das nações vencidas, como Hamate, Arpade e Sefarvaim (Is 36:19).

A estratégia de Rabsaquê é convencer o povo a se render prometendo fartura e segurança em uma nova terra (Is 36:16-17).

No entanto, sua linguagem grotesca e sua arrogância escancaram seu desrespeito à fé judaica.

Ele ignora o fato de que o Deus de Israel é vivo e soberano, diferente dos ídolos mencionados.

O povo permanece em silêncio conforme a ordem do rei Ezequias (Is 36:21). Esse silêncio demonstra obediência e fé, evitando agravar a situação com discussões infrutíferas.

Eliaquim, Sebna e Joá voltam a Ezequias com as roupas rasgadas, sinal de profundo pesar (Is 36:22), antecipando uma reviravolta espiritual.

A oração e a resposta divina (Isaías 37:1-20)

Diante da afronta, Ezequias recorre à melhor alternativa: ele se humilha, cobre-se de pano de saco e vai ao templo (Is 37:1).

Em seguida, envia seus representantes ao profeta Isaías, pedindo oração e uma resposta divina (Is 37:2-4).

A expressão “filhos são chegados à hora de nascer, e não há força para dá-los à luz” (Is 37:3) expressa desespero total.

Isaías transmite uma mensagem de consolo: “Assim diz o SENHOR: Não temas por causa das palavras que ouviste […] voltarei para a sua terra, onde o farei cair morto à espada” (Is 37:6-7).

A promessa é clara: Deus está no controle e irá lidar com o rei assírio. Essa intervenção mostra como a oração e a submissão abrem caminho para o livramento divino.

Mais adiante, Ezequias recebe uma carta de ameaça direta de Senaqueribe. Em um gesto de fé, ele vai ao templo e a estende perante o SENHOR (Is 37:14).

Sua oração é um clássico exemplo de submissão e confiança: “Inclina, ó SENHOR, os ouvidos e ouve […] para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o SENHOR” (Is 37:17,20).

A palavra profética contra Senaqueribe (Isaías 37:21-35)

Deus responde por meio de Isaías com uma palavra poética e poderosa. Jerusalém é personificada como “a virgem, filha de Sião” que despreza e zomba do rei assírio (Is 37:22).

O Senhor denuncia a arrogância de Senaqueribe, que blasfemou e afrontou o Santo de Israel (Is 37:23).

A soberania divina é reafirmada: “Acaso, não ouviste que já há muito dispus eu estas coisas […] agora, porém, as faço executar” (Is 37:26).

Senaqueribe não era mais que um instrumento usado por Deus para cumprir seus propósitos. Sua arrogância o condenaria, e Deus promete colocá-lo sob controle, como um animal domado (Is 37:29).

Ao povo de Judá, Deus assegura que haverá sobrevivência e restauração. “O que escapou da casa de Judá […] tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto por cima” (Is 37:31).

E mais: o rei da Assíria não entrará em Jerusalém, pois o próprio Senhor a defenderá por amor de si e de Davi (Is 37:33-35).

A intervenção miraculosa e o juízo final (Isaías 37:36-38)

A resposta de Deus à oração de Ezequias culmina em um dos eventos mais impressionantes do Antigo Testamento: “Saiu o Anjo do SENHOR e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil” (Is 37:36).

Essa intervenção sobrenatural elimina a ameaça assíria de forma completa e incontestável.

O rei Senaqueribe retorna a Nínive em derrota e, posteriormente, é assassinado por seus próprios filhos no templo de seu deus (Is 37:38).

Essa conclusão trágica reforça a soberania divina e o fracasso de confiar em deuses falsos e na força militar. Deus honra sua palavra, protege Jerusalém e faz justiça.

Esse episódio é também um lembrete de que o SENHOR dos Exércitos é o defensor de seu povo.

Não importa o tamanho do inimigo ou a gravidade da ameaça; Deus é capaz de operar milagres em favor daqueles que nele confiam.

Conclusão

Os capítulos 35, 36 e 37 de Isaías são um retrato profundo da justiça, misericórdia e soberania divina.

O capítulo 35 revela a glória futura reservada aos remidos, com imagens poéticas de restauração, cura e alegria eterna. É a esperança viva que sustenta o povo de Deus mesmo em tempos de aflição.

Nos capítulos 36 e 37, vemos um Deus que intervém diretamente na história humana. A fé e a oração de Ezequias mobilizam o céu, enquanto a palavra profética de Isaías revela os desígnios eternos do SENHOR.

A derrota dos assírios não é apenas uma vitória militar, mas uma afirmação da glória de Deus sobre todas as nações.

Esse trecho das Escrituras nos encoraja a confiar no SENHOR em meio às batalhas da vida. Mesmo quando tudo parece perdido, Deus tem o controle.

Ele é poderoso para transformar desertos em jardins e derrotar exércitos inteiros com um só ato de sua vontade. Que possamos viver com essa confiança todos os dias.

Referências Bibliográficas

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2ª edição, São Paulo:Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

MacDonald, William. Comentário bíblico popular. Antigo Testamento. 1ª edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

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