Jesus não iniciou no tempo, mas é coeterno com o Pai, existindo desde a eternidade.
Antes da criação do mundo e de sua encarnação, Ele já compartilhava da glória e da natureza divina, como expresso no evangelho de João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1.1).
Essa preexistência nos revela que Jesus é mais do que um simples profeta ou mestre, Ele é Deus eterno.
Ao contemplarmos a eternidade de Cristo, percebemos que sua existência transcende o tempo e o espaço.
Sua vida não começou em Belém, mas Ele sempre existe, como o Verbo que criou todas as coisas.
Essa verdade impacta profundamente nossa compreensão de quem é Jesus. Ele não é apenas uma figura histórica ou um ser criado; Ele é o eterno Filho de Deus, imutável e glorioso.
Através da preexistência de Jesus, compreendemos o seu papel no plano divino, tanto na criação quanto na redenção
Reconhecer a preexistência de Jesus é essencial para compreender sua divindade e o papel central que Ele desempenha no plano eterno de Deus para a salvação da humanidade.
Jesus e o Pai na eternidade
Ele estava com o Pai antes que o mundo fosse formado, conforme afirma Colossenses 1.17: “Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.”
Jesus compartilha uma relação eterna e próxima com o Pai, conforme revelado nas Escrituras.
João 17.5 nos oferece um vislumbre dessa comunhão quando Jesus ora: “Agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que tive junto de ti, antes que o mundo existisse.”
Esse versículo nos mostra que Jesus possuía glória junto ao Pai na eternidade passada, muito antes de sua encarnação. Ele não foi criado, mas sempre existiu em plena comunhão com Deus Pai.
Além disso, a declaração de Jesus em João 8.58, “Antes que Abraão existe, eu sou”, revela sua existência anterior a todas as coisas.
A preexistência de Cristo reafirma sua divindade e nos chama a adorá-lo como o eterno Filho de Deus.
Jesus planejou com o Pai a salvação da humanidade
A Bíblia nos revela que, antes da fundação do mundo, o plano de Deus para a salvação já estava estabelecido.
Em Apocalipse 13.8, Jesus é descrito como “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”, o que nos mostra que a obra redentora de Cristo foi um propósito eterno.
Jesus, juntamente com o Pai, planejou o sacrifício que traria reconciliação entre Deus e a humanidade.
Essa visão da eternidade destaca a onisciência de Deus. Em sua sabedoria infinita, Ele previu a queda do homem e, em sua graça, preparou o caminho da salvação.
Efésios 1.4 afirma que Deus nos escolheu em Cristo “antes da fundação do mundo” para sermos santos e irrepreensíveis.
Esse plano eterno foi realizado por meio de Jesus, que voluntariamente aceitou seu papel de Salvador, prometendo dar sua vida para resgatar os pecadores.
Portanto, a preexistência de Jesus está intimamente ligada ao plano de redenção.
Ele não foi enviado apenas no tempo certo, mas desde a eternidade, Ele já havia se comprometido a cumprir sua missão.
Essa verdade não apenas destaca sua revelação, mas também o imenso amor de Deus, que já havia preparado tudo para a salvação da humanidade.
O objetivo da encarnação de Jesus
A encarnação de Jesus foi o cumprimento de um plano eterno, mas qual foi o seu verdadeiro objetivo?
De acordo com João 1.14, “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, a fim de revelar Deus ao homem e trazer a salvação.
Jesus veio ao mundo como um homem para ser o Mediador entre Deus e os homens (1ª Timóteo 2.5), fazendo a ponte entre a santidade divina e a pecaminosidade humana.
Além disso, a encarnação permitiu que Jesus se tornasse o sacrifício perfeito pelos pecados da humanidade.
Somente alguém que fosse plenamente Deus e plenamente homem poderia oferecer uma expiação válida e suficiente para a salvação de todos.
Hebreus 2.17 explica que Ele “se fez em tudo semelhante aos irmãos” para que pudesse “ser misericordioso e fiel sumo sacerdote”, expiando os pecados do povo.
Outro aspecto importante é que Jesus veio para revelar o caráter de Deus de maneira completa e tangível. João 14.9 relata as palavras de Jesus: “Quem me vê a mim vê o Pai”.
Por meio de sua vida e ensinamentos, Ele mostrou o amor, a justiça, a misericórdia e a verdade de Deus. Assim, a encarnação de Jesus não foi apenas um ato de redenção, mas também de revelação divina.
Jesus encarou e não reencarnou
A diferença entre a encarnação de Jesus e o conceito de reencarnação é fundamental para a compreensão da fé cristã.
A encarnação, como relatada nas Escrituras, foi um evento único em que Deus se fez homem para cumprir um propósito específico: a redenção da humanidade.
A reencarnação, por outro lado, sugere múltiplas vidas e um ciclo contínuo de nascimentos e mortes, contradizendo a natureza única do sacrifício de Cristo.
Hebreus 9.27-28 é claro ao afirmar que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo.”
Jesus, ao encarnar, não veio para participar de um ciclo repetitivo de vida, mas para uma única missão: salvar a humanidade.
Após sua morte e ressurreição, Ele ascendeu ao céu, onde está à direita do Pai, aguardando o momento de seu retorno glorioso para julgar os vivos e os mortos.
Diferentemente da reencarnação, que nega o valor final e completo de cada vida, a encarnação de Jesus reflete o valor único de sua missão.
Ele se fez carne uma vez, viveu uma vida sem pecado e se ofereceu como sacrifício perfeito, de uma vez por todos.
Sua encarnação cumpriu completamente o plano divino de redenção, e sua ressurreição garantiu a vitória sobre a morte.
Concepção sobrenatural de Jesus Cristo
A concepção de Jesus foi um evento sobrenatural e único na história da humanidade.
De acordo com o Evangelho de Lucas 1.35, o anjo Gabriel anunciou a Maria que “o Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.”
Isso destaca que Jesus não foi concebido da maneira natural, mas foi o resultado de um milagre divino.
O cumprimento da profecia de Isaías 7.14, “uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel”, reflete o plano de Deus para a redenção.
A concepção sobrenatural de Jesus demonstra que Ele é tanto Deus quanto o homem, sendo livre da corrupção do pecado que aflige toda a humanidade.
Ele foi gerado pelo Espírito Santo, garantindo que sua natureza divina fosse preservada. Esse milagre vai além da compreensão humana, sendo um pilar da fé cristã.
Jesus é o único ser humano que nasceu de uma virgem, cumprindo as promessas de Deus desde o Jardim do Éden, quando Ele prometeu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3.15).
A concepção sobrenatural de Cristo foi o primeiro passo na realização desse plano redentor.
O nascimento terreno de Jesus Cristo
O nascimento de Jesus, embora terreno, foi cercado de eventos extraordinários. Nascido em Belém, conforme a profecia de Miqueias 5.2, Jesus veio ao mundo de maneira humilde, em uma manjedoura.
Lucas 2.6-7 relata que “cumprindo-se os dias, deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em faixas, e o deitou numa manjedoura.” Esse cenário humilde contrasta com a glória de sua preexistência eterna.
Mesmo em meio à simplicidade de seu nascimento, o céu celebrou sua chegada. Anjos apareceram aos pastores nos campos, anunciando: “Hoje, na cidade de Davi, você nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.11).
A mensagem divina revelou ao mundo que aquele bebê, nascido em família simples, era o Salvador prometido.
Esse evento não foi apenas o início de uma nova vida, mas o cumprimento de promessas milenares de redenção.
O nascimento terreno de Jesus também reafirma sua humanidade. Embora concebido sobrenaturalmente, Ele nasceu naturalmente, assim como qualquer outro ser humano.
Isso é importante porque, para ser o Mediador entre Deus e os homens, Ele precisa ser verdadeiro homem, compartilhando nossa natureza e nossas experiências.
Seu nascimento em Belém foi o início de uma vida que culminou no sacrifício que traria redenção para toda a humanidade.
Conclusão
A preexistência eterna de Jesus revela seu papel fundamental no plano divino de salvação.
Desde antes da criação do mundo, Ele já existia em plena comunhão com o Pai, participando do plano redentor que seria revelado ao longo da história.
Sua encarnação não foi um evento isolado, mas parte de um propósito eterno que visa resgatar a humanidade do pecado.
A compreensão de que Jesus sempre existe nos leva a refletir sobre a profundidade de sua obra redentora.
Ele não veio ao mundo como uma figura qualquer, mas como o próprio Deus encarnado, disposto a sacrificar-se por amor.
Sua encarnação, vida, morte e perfeição cumprem um plano perfeito, traçado antes mesmo da fundação do mundo.
Portanto, ao considerar a preexistência de Jesus, somos chamados a um desejo mais profundo e consciente.
Ele não é apenas uma figura histórica, mas o Deus eterno, que se fez carne para que pudéssemos ser reconciliados com o Pai. Esse mistério da fé nos chama a crer, adorar e viver à luz dessa verdade eterna.
Referências Bibliográficas
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2ª edição, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. São Paulo: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1999.