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Resumo explicativo dos capítulos 15, 16, 17, 18 e 19 de Isaías

Os capítulos 15 a 19 do livro de Isaías compõem uma série de profecias proferidas contra nações vizinhas de Israel e Judá.

Esses textos refletem não apenas o cenário político do Antigo Oriente Próximo no século VIII a.C., mas também revelam aspectos profundos do julgamento divino e da esperança messiânica.

É um convite à reflexão sobre o modo como Deus lida com as nações, tanto em juízo quanto em graça.

Isaías, como profeta, foi vocacionado para denunciar o pecado, proclamar advertências e anunciar a redenção.

Nos capítulos 15 e 16, ele lamenta a destruição de Moabe, um povo parente de Israel.

Em seguida, em Isaías 17, ele pronuncia julgamento sobre Damasco e Efraim, antecipando a queda de reinos inimigos.

No capítulo 18, a profecia é direcionada à Etópia, enquanto Isaías 19 traz uma revelação marcante sobre o futuro do Egito.

A destruição de Moabe (Isaías 15)

Isaías 15 é um lamento profundo pela destruição de Moabe, uma nação aparentada com Israel.

A profecia começa com a queda de Ar e Quir, cidades fortificadas de Moabe, em uma noite de terror (Isaías 15:1).

O povo sobe aos altos para chorar, cingindo-se de panos de saco em sinal de luto (v. 2-3).

A lamentação se espalha por todas as regiões de Moabe, evidenciando o sofrimento coletivo.

O profeta se mostra compadecido, afirmando: “O meu coração clama por causa de Moabe” (v. 5).

Essa empatia não nega o juízo divino, mas destaca o aspecto humano do sofrimento causado pela guerra.

A natureza também sofre com a destruição: “seca-se o pasto, acaba-se a erva” (v. 6). Moabe torna-se um lugar desolado, onde os sobreviventes fogem com o pouco que conseguiram salvar.

No versículo 9, é feita uma alusão a “águas cheias de sangue”, um trocadilho entre Dimom e “dãm” (sangue, em hebraico).

Além da destruição humana, há ainda a promessa de leões que perseguirão os remanescentes.

A mensagem é clara: o juízo de Deus é implacável contra o orgulho das nações, mesmo aquelas com vínculos históricos com Israel.

Moabe e o trono de Davi (Isaías 16)

Isaías 16 continua a profecia contra Moabe, agora enfocando o apelo dos moabitas por socorro.

Eles são aconselhados a enviar cordeiros ao dominador da terra, um gesto de submissão (Isaías 16:1).

O versículo 2 descreve os refugiados como pássaros espantados, simbolizando sua vulnerabilidade. Eles pedem asilo à filha de Sião, representando Jerusalém.

Deus exorta a acolher os desterrados de Moabe: “Esconde os desterrados e não descubras os fugitivos” (v. 3).

Isso sinaliza um tempo futuro em que o opressor será derrotado e o trono de Davi será restaurado com justiça (v. 5). Aqui, a profecia ganha contornos messiânicos, apontando para o reinado justo do Senhor.

Apesar do apelo e da possibilidade de misericórdia, a soberba de Moabe é denunciada: “Temos ouvido da soberba de Moabe, soberbo em extremo” (v. 6).

A destruição é agravada pelo orgulho e arrogância. Nem mesmo os clamores a Quemos, o deus moabita, trarão alívio.

A profecia termina com uma datação precisa: “dentro de três anos… será envilecida a glória de Moabe” (v. 14).

Juízo sobre Damasco e Efraim (Isaías 17)

Isaías 17 abre com a sentença contra Damasco: “Eis que Damasco deixará de ser cidade” (v. 1). Damasco, capital da Síria, é descrita como um montão de ruínas.

Efraim, representando o reino do norte (Israel), também é incluído nesse juízo devido à sua aliança com a Síria (v. 3). É um momento de desonra e perda da glória.

O povo de Israel sofrerá escassez: “a gordura da sua carne desaparecerá” (v. 4), imagem que sugere fome e miséria.

Mesmo assim, um pequeno remanescente será poupado: “duas ou três azeitonas na ponta do ramo” (v. 6). Essa é uma promessa de esperança em meio à destruição.

Esse juízo visa a correção espiritual: “olhará o homem para o seu Criador” (v. 7). As práticas idólatras serão abandonadas, e a idolatria denunciada.

No entanto, o esquecimento de Deus e a confiança em alianças externas trarão desastre.

O capítulo conclui com um oráculo sobre o bramido das nações, que são derrotadas pelo simples repreender divino (v. 13).

Uma terra misteriosa: Etópia (Isaías 18)

O capítulo 18 é uma das profecias mais enigmáticas de Isaías. A “terra onde há o roçar de muitas asas” é geralmente identificada com a Etópia (Cuxe), uma nação poderosa e distante (Isaías 18:1-2).

A mensagem é dirigida a uma terra que envia embaixadores em navios de papiro, sinal de avanço e comunicação.

Deus, porém, não age com pressa: “Estarei calmo como o ardor quieto do sol” (v. 4). Quando o tempo da colheita chegar, Ele podará os sarmentos e destruirá os opressores (v. 5).

Os corpos dos inimigos serão deixados para as aves de rapina e animais (v. 6), um julgamento divino contra as nações arrogantes.

Curiosamente, o texto encerra com uma promessa: “será levado um presente ao SENHOR” (v. 7).

A Etópia, antes distante e ameaçadora, é agora vista como um povo que honrará a Deus em Sião. Essa transformação ecoa a inclusão dos gentios no plano redentor de Deus.

O Egito em colapso (Isaías 19:1-15)

A profecia contra o Egito começa com uma imagem poderosa: “o SENHOR, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito” (Isaías 19:1).

Os deuses egípcios estremecem, e o país entra em colapso político e social. Haverá guerra civil (v. 2) e desespero espiritual, com consultas a feiticeiros e necromantes (v. 3).

Deus entregaria o Egito a um “senhor duro” (v. 4), possivelmente um conquistador assírio.

A economia é devastada: o Nilo seca, os peixes morrem, e a indústria do linho entra em colapso (v. 5-10).

Todos os segmentos da sociedade egípcia são afetados, do camponês ao nobre.

Os conselheiros do Faraó são chamados de “néscios” (v. 11), pois falharam em compreender os desígnios de Deus.

A confusão é tão grande que o Egito é comparado a um bêbado cambaleando (v. 14). A sabedoria humana é incapaz de evitar o juízo divino.

Restauração e redenção do Egito (Isaías 19:16-25)

Apesar da severidade do juízo, Isaías 19 termina com uma das passagens mais esperançosas do Antigo Testamento.

O Egito, outrora inimigo, tremerá diante do Senhor (v. 16-17). Contudo, cinco cidades falarão a língua de Canaã (v. 18), e um altar ao SENHOR será erguido em sua terra (v. 19).

O povo egípcio se converterá: “conhecerão o SENHOR naquele dia” (v. 21), farão votos e os cumprirão.

O juízo não é fim, mas meio para a cura: “ferirá o SENHOR os egípcios… mas os curará” (v. 22). O Deus de Israel se revela também como o Deus das nações.

O clímax se dá no versículo 24: “Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios”.

Três povos rivais, agora reconciliados sob a bênção divina. A conclusão é magnífica: “Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança” (v. 25).

Conclusão

Os capítulos 15 a 19 de Isaías nos mostram um Deus que governa sobre todas as nações, julgando com justiça e oferecendo redenção.

Moabe, Damasco, Etópia e Egito são exemplos de como o orgulho leva à queda, mas também de como a graça de Deus está disponível para todos que se voltam a Ele.

Ao mesmo tempo em que a profecia é um registro histórico do juízo divino, ela também aponta para um futuro escatológico, onde as nações se uniriam em adoração ao Deus verdadeiro. Isaías antevê um reino messiânico, justo e universal.

Este estudo nos desafia a refletir sobre o papel de nossa nação, de nossa fé e de nosso testemunho no mundo.

Que possamos, como aqueles que “conhecerão o SENHOR”, viver para a glória de Deus entre as nações.

Referências Bibliográficas

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2ª edição, São Paulo:Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

MacDonald, William. Comentário bíblico popular. Antigo Testamento. 1ª edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

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