Os capítulos 5, 6 e 7 do livro de Josué narram eventos cruciais na jornada do povo de Israel rumo à posse da Terra Prometida.
Eles retratam a confirmação da aliança entre Deus e os israelitas, a impressionante conquista de Jericó e a consequente derrota em Ai, decorrente do pecado de Acã.
Esses episódios revelam tanto a fidelidade divina quanto a seriedade do pecado e suas consequências.
O capítulo 5 trata da renovação da aliança através da circuncisão dos israelitas nascidos no deserto e da celebração da Páscoa.
Em seguida, apresenta um encontro de Josué com o príncipe do exército do Senhor, evidenciando que a luta era espiritual e dependia da fidelidade ao Senhor.
O capítulo 6 descreve a queda sobrenatural de Jericó, destacando a obediência e a confiança em Deus como fatores determinantes da vitória.
No capítulo 7, Israel enfrenta uma amarga derrota em Ai devido à desobediência de Acã, que tomou para si objetos condenados.
A narrativa enfatiza a seriedade do pecado e a necessidade de pureza espiritual para obter sucesso nas batalhas espirituais. Esses eventos trazem lições atemporais sobre fé, obediência e santidade.
A circuncisão e a renovação da aliança (Josué 5:1-9)
Após a milagrosa travessia do rio Jordão, os povos cananeus ficaram aterrorizados com os israelitas.
No entanto, antes da conquista da terra, Deus ordenou a Josué que circuncidasse todos os homens que nasceram no deserto.
A circuncisão era um sinal físico da aliança entre Deus e Israel, e sua renovação simbolizava a consagração do povo antes de tomarem posse da promessa divina.
A geração que havia saído do Egito morreu no deserto devido à desobediência, e os nascidos na peregrinação não haviam sido circuncidados.
Esse ritual reafirmava a identidade espiritual do povo como nação santa, separada para Deus.
A cidade onde isso ocorreu foi chamada Gilgal, que significa “remover”, simbolizando a remoção do opróbrio do Egito.
Esse ato também preparava espiritualmente os israelitas para as batalhas que estavam por vir.
A obediência a Deus antecedia a vitória sobre os inimigos, pois a conquista da Terra Prometida não dependia apenas de força militar, mas da fidelidade ao Senhor.
A celebração da páscoa e o cessar do maná (Josué 5:10-12)
A primeira Páscoa na Terra Prometida marcou um novo início para Israel. A festa era uma lembrança do livramento do Egito e um ato de gratidão pela fidelidade divina.
Celebrá-la logo após a circuncisão reforçava a identidade do povo como redimidos por Deus.
No dia seguinte à Páscoa, os israelitas comeram do fruto da terra, e o maná cessou.
Durante quarenta anos, Deus havia sustentado Seu povo com esse alimento sobrenatural, mas agora eles deveriam se alimentar do que Canaã produzia.
Isso representava uma nova fase de vida, na qual dependeriam da terra que Deus lhes havia dado.
Esse episódio também destaca a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas. Israel havia chegado ao seu destino, e a provisão divina continuava, mas agora por meios naturais.
O maná cessou porque o tempo da peregrinação havia terminado, e a promessa estava se concretizando.
O príncipe do exército do Senhor (Josué 5:13-15)
Josué teve um encontro extraordinário com o príncipe do exército do Senhor, que segurava uma espada desembainhada.
Josué perguntou se ele era por Israel ou contra eles, ao que o ser respondeu: “Não, mas venho agora como príncipe do exército do Senhor” (Josué 5:14).
Esse encontro indicava que a batalha era de Deus, e Josué deveria submeter-se totalmente a Ele.
Ao ouvir que o lugar onde estava era santo, Josué prostrou-se em adoração. Isso sugere que o príncipe era uma manifestação teofânica de Cristo.
Assim como Moisés diante da sarça ardente, Josué precisou reconhecer a presença divina e alinhar-se à vontade do Senhor.
Esse evento ensinou Josué que a vitória dependia da direção de Deus. Ele não deveria confiar em estratégias humanas, mas sim na soberania do Senhor.
A queda de Jericó (Josué 6:1-27)
Deus ordenou uma estratégia inusitada para a conquista de Jericó. Durante seis dias, os israelitas marcharam ao redor da cidade, levando a arca da aliança e tocando trombetas.
No sétimo dia, deram sete voltas, e ao soar das trombetas e gritos do povo, as muralhas caíram milagrosamente.
Essa vitória demonstrou que a conquista vinha da fé e obediência a Deus, não da força militar.
A destruição de Jericó foi completa, exceto pela casa de Raabe, que foi preservada por sua fé e ajuda aos espias israelitas.
A derrota em Ai e o pecado de Acã (Josué 7:1-26)
O pecado de Acã trouxe derrota a Israel. Ele tomou objetos condenados de Jericó, desobedecendo à ordem divina.
Como resultado, Israel sofreu uma vergonhosa derrota em Ai. Deus revelou a Josué que o pecado precisava ser removido para que houvesse vitória.
Acã foi identificado e julgado. Ele e sua família foram apedrejados, e sua punição purificou Israel. Esse episódio destaca a gravidade da desobediência e a necessidade de santidade.
Conclusão
Os capítulos 5, 6 e 7 de Josué ensinam lições valiosas sobre obediência, fé e santidade. Deus conduz Seu povo à vitória, mas exige fidelidade absoluta.
A história da conquista de Canaã mostra que Deus é fiel às Suas promessas, mas também santo e justo.
Referências Bibliográficas
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2ª edição, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
MacDonald, William. Comentário bíblico popular. Antigo Testamento. 1ª edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2004.